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Que tal história?

Que tal história?

sexta-feira, 9 de abril de 2021

O que é História.

Começamos hoje a publicar aulas curtas, em formato de áudio.

O tema da primeira aula é: o que é a História.

Esse conteúdo é voltado para alunos do 6⁰ ano do Ensino Fundamental.

 

Espero que apreciem.

O que é História

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Que tal uma mãozinha pra sua pesquisa? Aqui alguns links que podem ser bem úteis.

Aqui, um link muito interessante da Biblioteca Nacional Digital, onde é possível encontrar mapas antigos de diversos períodos;


O site da Museu histórico Nacional. Aqui você pode agendar visitas, fazer pesquisas e muito mais;



Lista completa dos Anais da Biblioteca Nacional;



Site do IHGB;


Resenha “Coronelismo, enxada e voto”






Coronelismo, segundo Victor Nunes Leal, foi um fenômeno da vida política no interior do Brasil, envolto nas características da vida política municipal. Seria o resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada.
O Coronel era o proprietário de terras, que liderava a política nos municípios do interior do país. Com uma população eminentemente rural, os votos que ele era capaz de controlar constituíam um fator importante de barganha política, de modo que o coronelismo se constitui em uma manifestação do poder privado dos senhores de terra que coexiste com o regime político representativo.
A estrutura agrária do país, onde a maior parte da terra estava na mão de um número reduzido de pessoas é fundamental para entender o fenômeno, pois é ela que fornece as bases de sustentação do poder privado. Ao mesmo tempo o poder público alimentava esse poder, pela necessidade do controle dos votos. Coronelismo significava um compromisso entre o poder público e os chefes locais. Embora nem sempre os chefes políticos fossem proprietários de terras, possuíam sempre relações próximas com estes.
Havia ainda uma série de fatores que ajudavam a sustentar e a reforçar o poder coronelista: o custeamento das despesas eleitorais, a efetiva realização de algumas melhorias para o município (estradas, escolas, serviços de saúde), a prestação de favores pessoais, como a distribuição de empregos. O coronel exercia diversas funções do Estado, devido ao afastamento deste, em relação aos seus dependentes. A deficiência de recursos municipais garantia sua dependência do Estado. A fraqueza financeira dos municípios contribuiu para sustentar o coronelismo. O compromisso coronelista implicava no apoio aos candidatos do oficialismo, em troca de carta branca nos assuntos relativos ao município.


(...) a maior parte do eleitorado rural - que compõe a maioria do eleitorado total - é completamente ignorante, e depende dos fazendeiros, a cuja orientação política obedece. Em conseqüência desse fato, reflexo político da nossa organização agrária, os chefes dos partidos (inclusive o governo, que controla o partido oficial) tinham de se entender com os fazendeiros, através dos chefes políticos locais. E esse entendimento conduzia ao compromisso de tipo “coronelista” entre os governos estaduais e os municipais, à semelhança do compromisso político que se estabeleceu entre a União e os Estados. Assim como nas relações estaduais-federais imperava a “política dos governadores”, também nas relações estaduais-municipais dominava o que por analogia se pode chamar “política dos coronéis”. Através do compromisso típico do sistema, os chefes locais prestigiavam a política eleitoral dos governadores e deles recebiam o necessário apoio para a montagem das oligarquias municipais. Para que aos governadores, e não aos “coronéis”, tocasse a posição mais vantajosa nessa troca de serviços, o meio técnico-jurídico mais adequado foram justamente as limitações à autonomia das comunas.



Analisando a vida municipal desde a colônia, onde a principal instância política eram as câmaras, passando pelo império e chegando até a republica, onde cada vez mais o poder político se centralizava, deslizando das mão privadas para a administração pública, o autor analisa o desenvolvimento das diversas atribuições administrativas dos municípios, da eletividade para os cargos administrativos, das fontes de receita, da organização judicial e das polícias e da legislação eleitoral.
De modo geral, a política e a administração municipal se encontravam subordinada aos interesses estaduais e federais (como a questão do recolhimento de impostos, que beneficiava os estados e a união, em detrimento dos municípios). O compromisso coronelista era necessário para garantir votos para o governo, de um lado, e a sustentação do poder privado dos coronéis, de outro.
O coronelismo representou a tentativa de conservação do poder privado frente a sua decadência. O seu ponto central era a relação de compromisso entre o poder privado decadente e o poder público fortalecido.

A superposição do regime representativo, em base ampla, a essa inadequada estrutura social, havendo incorporado à cidadania ativa um volumoso contingente de eleitores incapacitados para o consciente desempenho de sua missão política, vinculou os detentores do poder público, em larga medida, aos condutores daquele rebanho eleitoral.


A falta de autonomia legal dos municípios era compensada pela extensa autonomia extralegal, de modo que se perpetuava a dependência dos municípios para com os estados. Com o fim da república velha o poder já enfraquecido dos proprietários de terra se esvaziou ainda mais, sem  contudo desaparecer. A partir do Estado Novo foram pensadas novas formas de gestão para os municípios, de modo a conseguirem maior autonomia. Contudo, a manutenção das estruturas agrárias nos mesmos moldes não permitiu uma efetiva superação desse modelo. Com o crescimento da industrialização e o crescimento da vida urbana em detrimento do campo, a ampliação da cidadania e do dinamismo político reduziu muito o poder dos proprietários de terras, mas os “coronéis” persistem ainda, não do mesmo modo, como atores políticos relevantes no interior do país.



Bibliografia:
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. São Paulo, Alfa - Omega, 1975.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

História Geral da África em português.

A partir da aprovação da Lei 10.639 (2003) o ensino de história da África se tornou obrigatório no ensino fundamental e médio.
Eis uma ótima notícia: ficou pronto um dos mais importantes projetos do MEC/Unesco, referente à promoção do ensino da história da África no Brasil. Trata-se da disponibilização gratuita, via internet, de todos os volumes da monumental “História Geral da África”.
Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações. 


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sobrevivendo

Esse resumo foi elaborado para a disciplina História do Brasil República I, no segundo semestre de 2010, a partir do primeiro capítulo do livro "Trabalho, lar e botequim", de Sidney Chalhoub.
O texto trata das relações das camadas populares na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX, época em que a sociedade carioca passava por profundas transformações, com as reformas urbaniśticas de Pereira Passos e o início de um desenvolvimento capitalista.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Resistência e aceitações: diferentes formas de opressão.

O presente texto é uma comparação entre o capítulo 6, “Os africanos e os afro-americanos no mundo atlântico: vida e trabalho.”, retirado do livro de John Torthon. “A África e os africanos na formação do mundo atlântico.” e o capítulo 7, “Inquisições, moralidade e sociedade colonial”, retirado do livro Trópico dos pecados: moral, sexualidade e inquisição no Brasil”, de Ronaldo Vainfas.





quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

METAMORFOSES

NAS MARGENS:
TRÊS MULHERES DO SÉCULO XVII


O livro "Nas Margens" de Natalie Davis traz a história de três mulheres do século XVII: Glikl bas Judah Leib, uma judia de Hamburgo; Marie de l'Incarnation, mística que se torna ursulina em Tours, mas troca a segurança da Europa pelos desafios de fundar um convento no Canadá; e Maria Sibylla Merian, pintora e entomologista protestante de Frankfurt, que viaja aos 52 anos, acompanhada unicamente por sua filha mais nova, ao Suriname.
Qual seria o denominador comum entre essas três mulheres, portadoras de experiências tão diversas e que, além disso, nunca se encontraram?
O texto que apresento aqui é uma resumo do terceiro capítulo e da conclusão do livro, que elaborei para a disciplina História Moderna I, no segundo semestre de 2010.


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Entrevista com o professor José Murilo de Carvalho - parte 2

Entrevista com o professor José Murilo de Carvalho - parte 1

José Murilo de Carvalho possui pós-doutorado em duas universidades: na de Stanford, nos Estados Unidos, e na de Londres. Membro da Academia Brasileira de Ciências, o historiador tem uma trajetória profissional em diversas instituições de pesquisa, no Brasil e no exterior, como, por exemplo, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na École des Hautes Études em Sciences Sociales, no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, e nas Universidades de Londres, Oxford, Stanford, Califórnia (Irvine) e Leiden (Holanda). Atualmente, leciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professor do Departamento de História.